Relationships between brachiopod fauna (Lochkovian–Frasnian) from northwest Gondwana (Amazonas basin) and environmental changes during the Devonian

Abstract

O Devoniano marcou uma fase significativa na história evolutiva dos Brachiopoda. Durante este período, o Filo atingiu seu pico de diversidade (Emsiano) e sofreu um de seus maiores declínios (Frasniano-Fameniano), ficando atrás apenas do evento de extinção em massa no período Permiano Superior. No Brasil, a Bacia do Amazonas possui um rico registro de braquiópodes do Devoniano distribuídos em quatro unidades estratigráficas: i) Manacapuru (Lochkoviano), ii) Maecuru (Eifeliano Inferior), iii) Ererˆe (Eifeliano Superior) e iv) Barreirinha (Frasniano Inferior). Este artigo tem como objetivo pesquisar as ocorrências de braquiópodes durante o Devoniano na Bacia do Amazonas e discutir os possíveis fatores que influenciaram sua diversidade. Mudanças ambientais podem explicar a variação da diversidade de braquiópodes ao longo do Devoniano na Bacia do Amazonas. Observamos que a variação da diversidade de braquiópodes do Devoniano na Bacia do Amazonas se desenrolou em três estágios distintos. O pico da diversidade de braquiópodes ocorreu no início do Eifeliano (Formação Maecuru), quando a Bacia do Amazonas estava entre as latitudes subtropicais 30◦S e 60◦S, sob condições marinhas rasas e frias, justificado pela ausência de carbonatos, evaporitos e recifes na região (Estágio 1). O primeiro declínio da diversidade é registrado na Formação Ererê (final do Eifeliano), atribuído a um clima mais quente e águas mais profundas do que na Formação Maecuru (Estágio 2). Durante o Frasniano, houve um segundo declínio da diversidade de braquiópodes na Bacia do Amazonas (Formação Barreirinha). Uma grande transgressão global ocorreu no final do Devoniano. Nesse período, a bacia do Amazonas experimentou as condições marinhas mais profundas de sua história. Os braquiópodes da Formação Barreirinha ocorrem em camadas de folhelho negro (offshore), atribuído a um ambiente anóxico ou disóxico de alto estresse, o que explica a baixa diversidade de braquiópodes nesta unidade (Estágio 3).