Rapid morphological change in multiple cichlid ecotypes following the damming of a major clearwater river in Brazil.

Abstract

Embora perturbações antropogênicas possam ter efeitos danosos à biodiversidade, elas também oferecem uma oportunidade para entender como as espécies se adaptam a novos ambientes e podem até mesmo fornecer insights sobre os estágios iniciais da diversificação evolutiva. Com esses tópicos em mente, exploramos as mudanças morfológicas que ocorreram em várias espécies de ciclídeos após o represamento do Rio Tocantins, Brasil. O Tocantins já foi um grande sistema fluvial contíguo (2.450 km²); no entanto, com o fechamento da Usina Hidrelétrica de Tucuruí em 1984, um grande reservatório permanente (~2.850 km²) foi estabelecido. Utilizamos morfometria geométrica para avaliar mudanças em ciclídeos nativos, comparando espécimes históricos de museus coletados no Tocantins com espécimes contemporâneos coletados no reservatório de Tucuruí. Seis espécies em cinco gêneros foram incluídas para representar ecomorfos distintos, de grandes piscívoros a onívoros oportunistas relativamente pequenos. Notavelmente, mudanças estatisticamente significativas na forma e disparidade morfológica foram observadas em todas as espécies. Além disso, as mudanças documentadas tendem a estar associadas a aspectos funcionalmente relevantes da anatomia, incluindo a cabeça, a nadadeira e o formato do corpo. Nossos dados oferecem insights sobre as maneiras como os ciclídeos responderam, morfologicamente, a um novo ambiente lacustre e fornecem uma base sólida para explorar os mecanismos pelos quais essas mudanças ocorreram.